segunda-feira, 4 de maio de 2015

Em fim

Em fim
Das dores
Reticentam-se as angústias
Das súplicas
Parafraseiam-se os imprecisos
Do caos
“psicodélica-se” as perguntas
mudas
por mero capricho
Do Rio
Em janeiro se fazem em fim
Dos tempos
Jaz-se a que fica saudade em mim
Dos palcos
Falecem-se em falta de tuas artes
mudas
por mero capricho
Da ausência
Oceanam-se em lágrimas
Da amizade
“envivesse” em partes do todo
De você
Reafirmo-me em cada instante
Do Breu
Enluara-se a luz de essência
Do conforto
"lembranceia-se" em gargalhada
Das palavras
Silenciam-me todas as linhas
Mudas
E apenas mudas

*Tattu


(Entraste em minha vida em momento de confusão, para acertar, ou melhor, concertar a bagunça deixada por mim no levantar da poeira de outros. E de forma mais que poética, dirigistes um mais que perfeito caminho, vivido em plenitude das reticências. Teu presente foi brilhante, teu passado sublime e teu futuro... em forma de estrela, melhor, de lua cheia que iluminou a noite que soube de tua partida, será. Lágrimas secam, saudade ameniza-se, teu legado/ensinamento/essência eternizam-se em cada novo eu. Gratidão por tudo “miniano” Eris Maximiano)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

vi.vendo.e.olhando

As horas
Os medos
As verdades
Minhas
Suas
Ou apenas nuas,
As tais...

Da varanda
Vejo
Olho
Observo
E sou fitado
Por poucos segredos.

Os sagrados
Os fortes
Por vezes
Os fracassados
Os olhares
Curios.Os
Dos incrédulos
Dos passageiros
Dos terrestres

Os motoristas
De vidas
Em vias
Sem...
Vida

A real
A dualidade
Os amores
Tudo mais que quisera dizer
Ver
E
Aceitar
Ou
Apenas
O pudor puramente impuro

Se encontram na Marginal
No equilíbrio
Dos meus olhos
E das rodas “motosincronizadas”


*Tattu

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Broa ou pão francês?

Das frases estrangeiradas
Em terras natais minhas
As que mais me invertem
São aquelas que
Contam a mim reconhecidos sonidos
Fazendo-me sentir
Uma alegria quase “cabralística”
Em índias terras descobertas,
De não tão novas assim.
Assim,
Abraçado por tanto conhecimento em desuso
Em primeira vez
Sentir-me faz
Uma “broa”
Em arupemba de pão francês
Onde fazem as regras,
Pré-cozidas
De meus co-viventes,
Converter-me em um “viçante” vira-lata.


*Tattu

segunda-feira, 30 de março de 2015

Perambulante

“Agüem” mais “queres”?

Perguntou o ilegal vendedor
Na função de seus deveres
Ambulante em tamanha inexistência
Que se tomba em condução sem seus saberes
E no coletivo de tantas as horas
Assim ele,
“Passageireia-se”
de condução, a condição busca
Para apenas
Gastar o verbo
Vendendo
O verbo gastar
Mas apenas será
Que se para ser um incerto alguém
Na faculdade de todos seus quereres
Basta que se tenha “palarvas”
Indeléveis
Grafadas pelos nossos parcos,
Quiçá porcos,
“Conheceres”?

*Tattu

segunda-feira, 23 de março de 2015

quinta-feira, 19 de março de 2015

Em data de peixes

Menina que “signa-se” em data de peixes
para em parabéns torna-se mais que um tanto
que traz no nome uma pureza alfazemada 
guiada pelas águas de todos os acalantos 
“encriançada” em menina no porto de todas as ruas 
Afinada a tudo que de amor se faz encanto
Onde Entre-tontos-tantos me norteia de si em mim
Sendo a menina do porto de todos os meus cantos
Que de mar brinca de ser mais que essência
Para que o amor não mais forje-se em pranto
“amoradando-se” este em lar com ar de sorriso afrancesado 
Tão feliz quanto bolo aniversariado em mesa de festa
Pois, todo e qualquer portanto
“certezeia-se”dos sentimentos das palmas em sopro de velas 
Que em felicidades fraseia-se nestas minhas linhas cantadas
Para esta menina que a beleza encontra infinito recanto

*Tattu

Quase onzE

Quase onze. Bebo vinho, ouço música, como chocolate, ligo pra uma amiga (penso: isso são horas de ligar pra alguém, de quem, ao menos quero o bem?).
Bebo outra vez.
me encontro achado no perdido de minhas sombras.
choro meus amigos novos
tão novos e estridentes
como choro de bebe
e, alias um bom choro trançado a pandeiro e violão
me faz beber outra vez mais.
Quase onze...
já estive à beira daquele que beira o mundo,
transmutando em charque toda areia que beija.
Quase onze, ainda!
descobri uma fenda em mim
encoberta pela massa do pão novo de cada dia e desvendada pelo cheiro do vinho velho de todas as horas,
santo e suave!
Ainda quase onze...
me entrego de alma, sem corpo, a verdades irracionais,
momentos passados e sempre, muito "sempremente",
a amores irreais, racionais e imorais,
tais quais estes que agora bebo de um gole SÓ.
As onze nunca chegam...
parando o (nu) tempo.
- será que foi mesmo o relógio que o tempo parou?
Pensou um rapaz que entrou num escurecido quarto do canto, do fim do corredor, com janela selada, após uma mínima sala, que separava-o da cozinha, ao lado do banhadouro, e estranhamente viu o homem que bebia,
por traz de uma velha mesa, olhando para o relógio,
que mirava os dois ao mesmo tempo,
e insistia suas horas não esparramar.  


*Tattu