segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Nada dig(n)o

Vou engravatar-me 
em terno sepulcral,
esquecer quem um dia 
pensei que talvez fosse,
sonhar apenas
o que me comandam,
desafinar minhas linhas,
entardecer meus tons e
argilar-me em cinza ser
que se concreta.
engarrafar-me
em todos meu mal bebidos,
virar a rolha dos destonados,
não mais crepuscular meus sorrisos,
tão pouco florir meu olhar, e
muito menos ainda
colorir de ladrilhos amarelos,
ou de qualquer cor que seja,
meu cantarolar.
em verdade vos minto: nem cantarolar mais vou!
Amanhecer para mim será apenas
acordar,
passarinho apenas
bicho,
vento apenas
ciência
e borboleta...
nem mais sei do que se trata.
Vou ser a reta em linha,
descurvando minhas estrelas,
"adultecendo" todo meu desviar.
Ar...?
este não mais salamandreará
em mim.
apenas me manterá em zumbilância,
esticando as reticências finais
dos meus tantos finais
que um fim nunca encontra,
ou encanta,
quem é que sabe?
A partir desse ex.crito
serei apenas um Zé...
Qualquer, um, desde que Zé,
em nascido nome cartorizado apenas,
Nada além do além mais que um
número mamiferalizado em pessoa,
escritorizado
em olhos não brilhantes,
Desonestizado
Em formal busca do viverei o então,
Um ninguém em Zé...
em social homem que de mim, nada fiz


*Tattu

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