sexta-feira, 12 de julho de 2013

À lá Sampa

Alguma coisa sim acontece em meu coração.
e não por cruzar esquinas
que em canção ganham fama,
nem por dar ouvidos a todos
esses demônios que da garoa me recitam.
muito menos pelo acaso
das linhas, tortas, marginais a me guiar.
não pode ser também
o doce sabor dum pingado deslido
à pão na chapa.
tão pouco é pela embriaguez
"montanharusseante" dos trilhos do metrô
e tenho a certeza que não se trata
de todos os cinza de um colorido almodoviano
a neblinar meus frios calores de julho.
o fato, ato, anonimato
são os encantos das linhas
dela, cidade, que carrega no nome a alegria do viver
que ama a la sampa
que ins.pira meus devaneios
que traduz em conto o encontro
de todas as pauliceias desvairadas
que traz em seus olhos um
belo horizonte
e que trouxe a eternidade dos instantes
a meus vinhos,
tintos, que me deixam tontos
frente aos mistérios urbanos teus.

*Tattu

domingo, 16 de junho de 2013

Fé Zés, Fé!

Fé Zés, fé!
devaneia um
megafone "berrento"
em mãos roucas de tantos calos
diante da putrefação nossa de cada dia,
e não calo minha fé frente a virtude
dos impuros
"Meduzentos" em ser a necessidade básica de nossas Sextas.
prefiro aquele som que
rumina em meus ideais
por vezes não leais
aos tais sonhos impostos pelos não raros.
manifesto-me-em-mim-mesmo!
e perco-me em meus desassossegos
coletivos de tantos Zés.
ninguém de quem alguém um dia lembre-se bem
sarnentos e sedentos de ida
que numa dessas vindas
para o íntimo seu particular
encontrou os rabiscos
em cinzas
do que um dia
tivera sido
o inverso cantar de sereia:
Fé Zés, Fé!

*Tattu

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Mar, Meo!

Busco um Mar
um que não é meu
mas sendo mar
então encheu
imenso como todo ma(r)teu
que brincam na miragem
das ondas
daquele
mar
ateus

*Tattu

sol

Queima Sol
queima todo meu mofo tropical
permitindo-me brincar
com as cores cinzas
da minha nova visão
Queima Sol
me faz suar
expele o saudoso pela pele
que impele o sorrir
despensando a "tronxa" razão
Me queima Sol
fundi toda raiz em planta, pó
e quem sabe em voz.

Hum...

Vários
vazios
revestem
minha
mente
quando
quatro
copos
quentes
são postos
quadriformemente
em 
volta
do 
meu
 desEjo 
   T
   É 
    R
    I
    O
trans.tornando
meu
deleite                     
simplesmente 
                      em
                               Gozo

*Tattu

terça-feira, 4 de junho de 2013

Olhos

Olhos da fome da vida que come
olhos que comem a fome do homem
olhos do homem que fome não come...
mortos de sede os olhos da língua
que bebem a sede da vida do homem
vida que morre, sem sede, à míngua...
rastros suados na face da terra
coberta de sangue a face suada
são sublimados na terra sem fome
consomem a sede na face sem homens!

*Tattu
In.verso é tudo
  aquilo que
    cuspo
     pra
   dentro

*Tattu